LUTA

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domingo, 21 de setembro de 2025

Criação da Secretaria de Combate ao Racismo da CUT - Por: Marcos Benedito - Fonte: Página da CUT

 Criação da Secretaria de Combate ao Racismo fortalece a luta sindical

 Publicado: 13 Agosto, 2008 - 00h00

A Comissão Nacional Contra a Discriminação Racial da CUT (CNCDR/CUT), foi criada em 1992 com o objetivo de elaborar políticas de combate ao racismo para o movimento sindical, e de fortalecimento, junto aos demais movimentos e organizações, da luta anti-racial e pela conquista de direitos no Brasil.

Sabemos que essas lutas não são tarefas fáceis, possuem um histórico de avanços e retrocessos. A formação social brasileira foi profundamente marcada pela subordinação a um determinado desenvolvimento econômico que explorou riquezas e povos. A escravização do povo africano, o extermínio de povos indígenas e acumulação de riquezas nas mãos de poucos foram as marcas desse processo. Depois de formalmente abolida a escravidão no Brasil, a exploração, a marginalização e o preconceito continuaram a existir, sob formas distintas.

Desde os quilombos, passando por inúmeras revoltas populares até as diversas organizações do movimento negro e sindical, a luta foi travada arduamente. Fruto dessa luta histórica, nos últimos anos foi produzido um debate fecundo e importantes iniciativas foram colocadas em práticas para atenuar essas mazelas. O avanço desse processo dependerá da capacidade de luta que o movimento negro imprimir.

De nossa parte, acreditamos que demos um passo importante nesse sentido com a criação da Secretaria de Combate ao Racismo da CUT. Não se trata apenas de uma medida administrativa, ela é fruto do acúmulo de milhares de militantes que se dedicaram, no interior da CUT e do movimento sindical, a pautarem as questões étnicas e raciais na luta da classe trabalhadora. Essa atual conquista não se daria sem a valiosa contribuição de todos e todas que construíram a CNCDR ao longo desses anos.

Até o próximo Congresso da CUT nossa tarefa é acumular ainda mais para que a Secretaria seja um espaço plural e democrático para os desafios futuros. Nesse sentido, é fundamental aprofundarmos os debates sobre a questão do Estatuto da Igualdade Racial e das Convenções 100 e 111 da OIT – cuja cartilha já está em processo de finalização, além de prosseguirmos com as demais ações aprovadas no Seminário Nacional de Salvador.

A luta do povo negro, se pautando pela devida relação entre as questões específicas do movimento com as lutas gerais da classe trabalhadora, fortalecerá ainda mais o movimento sindical brasileiro e criará as condições de igualdade étnica e racial que tanto defendemos. Um passo dado, mas nossa marcha continua.

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