LUTA

sexta-feira, 12 de abril de 2024
quarta-feira, 4 de maio de 2022
quarta-feira, 26 de janeiro de 2022
terça-feira, 16 de novembro de 2021
QUALIDADES DE UM LÍDER - Por: Marcos Benedito
"Algumas pessoas, dizem que um verdadeiro líder, não deve expor às suas opiniões, deve se preservar, usar de sutileza, para não decepcionar os seus liderados, que, em geral, nem sempre estão prontos, para aceitar um posicionamento mais claro e objetivo.
terça-feira, 28 de setembro de 2021
Comissão da CUT na linha de frente da Conferência Nacional da Promoção da Igualdade Racial - Publicado: 03 Julho, 2009 - Escrito por: Leonardo Severo
Contra a discriminação e o preconceito
A Comissão Nacional Contra a Discriminação Racial da CUT (CNCDR) participou da II Conferência Nacional da Promoção da Igualdade Racial (CONPAPIR), realizada entre os dias 25 e 28 de junho no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
Durante o encontro, os 1.214 delegados debateram temas fundamentais para o segmento, como a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, que tramita na Câmara como PL 6264/05, a aprovação das cotas nas instituições de ensino superior, a construção de centros de capacitação profissional, a saúde, e garantias de programas de primeiro emprego para a população negra.
Sob a coordenação de Marcos Benedito, da Comissão Nacional Contra a Discriminação Racial (CNCDR/CUT), os militantes da central participaram de todas as etapas de discussão, do conjunto dos debates, contribuindo decisivamente no plenário para o avanço da pauta. "Como resultado desta atuação, os trabalhadores conseguiram inserir como proposta de atuação para o próximo período a luta pela implementação da Convenção n.º 100 da OIT (relativa à Igualdade de Remuneração entre a mão-de-obra masculina e feminina em trabalho de valor igual), a luta pela implementação da Convenção n.º 111 da OIT (sobre a Discriminação em matéria de Emprego e Profissão) e a Agenda do Trabalho Decente", declarou Marcos Benedito.
TRABALHO DECENTE
Conforme a OIT, Trabalho Decente é um trabalho produtivo e adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, eqüidade, e segurança, sem quaisquer formas de discriminação, e capaz de garantir uma vida digna a todas as pessoas que vivem de seu trabalho. Os quatro eixos centrais da Agenda do Trabalho Decente são a criação de emprego de qualidade para homens e mulheres, a extensão da proteção social, a promoção e fortalecimento do diálogo social e o respeito aos princípios e direitos fundamentais no trabalho, expressos na Declaração dos Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho da OIT, adotada em 1998.
Os quatro principais eixos da Agenda do Trabalho Decente são: Liberdade de associação e de organização sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva (Convenções 87 e 98); Eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório (Convenções 29 e 105); Abolição efetiva do trabalho infantil (Convenções 138 e 182); Eliminação da discriminação em matéria de emprego e ocupação (Convenções 100 e 111).
Recentemente a CNCDR/CUT participou da Revisão do Tratado de Durban ,em Genebra. A CUT também está representada na coordenação do CONNEB (Congresso Nacional de Negras e Negros do Brasil - Por um Projeto Político Para a Nação), que é composto pelas principais entidades representativas do movimento negro, também participa da CNPIR (Conselho Nacional da Promoção da Igualdade Racial) e da Comissão de Gênero e Raça do Ministério do Trabalho e Emprego.
Neste momento, frisou Marcos Benedito, a CNCDR/CUT está empenhada na luta pela aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, do Projeto de Lei de Cotas que prevê a reserva de cotas nas escolas públicas, federais, públicas e privadas de ensino médio e fundamental, e pelo desenvolvimento do Plano Nacional da Promoção da Igualdade Racial pela implementação da Lei 10.639/03, visando promover a inclusão e a igualdade de oportunidades e de remuneração das populações negra, indígena, quilombola e cigana no mercado de trabalho, com destaque para a juventude e as trabalhadoras domésticas. "Queremos promover a eqüidade de gênero, raça e etnia nas relações de trabalho e combater as discriminações ao acesso e na relação de emprego, trabalho ou ocupação. Nosso compromisso é o de combater o racismo nas instituições públicas e privadas, fortalecendo os mecanismos de fiscalização quanto à prática de discriminação racial no mercado de trabalho", acrescentou.
"A atuação da nossa Comissão exemplifica o tipo de trabalho que será realizado pela Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT. Com a Secretaria, potencializaremos a luta contra a discriminação racial, o preconceito e o racismo no mundo do trabalho e na sociedade", ressaltou Marcos Benedito.
Entre os inúmeros pontos do Estatuto da Igualdade Racial destacamos: 1 - Ações que assegurem igualdade de oportunidade no mercado de trabalho; 2 - Implementação de cotas mínimas das vagas de todas as instituições públicas e privadas de educação superior do território nacional; 3 - Instituição de Conselhos (nacional, estadual e municipal) de Promoção da Igualdade Racial deliberativos para a promoção de políticas de combate à desigualdade e à discriminação racial; 4 - Políticas sociais e econômicas destinadas à redução do risco de doenças; acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde para proteção e recuperação da saúde da população afro-brasileira; 5 - Ações afirmativas destinadas a enfrentar as desigualdades raciais nas esferas da cultura, esporte e lazer e meios de comunicação e 6 - Liberdade de crença e de manifestações religiosas de matrizes africanas, individuais e coletivas, em público ou em ambiente fechado.
DEFESA DA PETROBRÁS
Os delegados presentes também aprovaram por unanimidade um Manifesto à Nação em defesa da Petrobrás: "Um dos mais expressivos patrimônios do povo brasileiro está ameaçado. A Petrobrás é uma empresa símbolo da competência e do sucesso do país, contudo está sendo alvo de denuncismo irresponsável", denuncia o documento, alertando que "está em jogo a soberania e o direito do povo brasileiro de compartilhar da riqueza encontrada em seu subsolo, já que a exploração do pré-sal é um dos pilares do modelo de distribuição de renda para as próximas gerações brasileiras".
"A Petrobrás é uma empresa parceira do movimento pela igualdade racial", que "vem colaborando para a consolidação da política de superação das históricas injustiças a que a população negra do país está submetida". "Por meio do apoio às iniciativas de geração de renda, ações afirmativas, reconhecimento e valorização da cultura afro-brasileira, a empresa vem contribuindo para o enfrentamento do preconceito racial. Preconceito este que, lamentavelmente, está presente em nosso país e implica a exclusão da população negra das universidades, da educação básica, do mercado de trabalho e dos postos de poder, perpetuando um ciclo de desigualdade e miséria", acrescenta o documento.
"As organizações negras se agigantam para protestar e defender uma das maiores conquistas do povo brasileiro. Convidamos as entidades da sociedade civil para fazerem coro neste manifesto em defesa da Petrobrás. Repudiamos essa nova tentativa de atingir a imagem da maior empresa do país, parceira de nossas lutas e conquistas. Estamos comprometidos no mais ferrenho engajamento em sua defesa. O pré-sal é nosso! O petróleo é nosso. E a Petrobrás é do povo brasileiro!", concluiu o manifesto.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021
ENTREVISTA DE MARCOS BENEDITO SOBRE O MAPA DA DIVERSIDADE
Entrevista com Marcos Benedito, coordenador da Comissão Nacional Contra a Discriminação Racial da CUT (CNCDR/CUT), sobre a pesquisa Mapa da Diversidade. Por Renata Silver, da Rede de Comunicação dos Bancários.
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Relato de Marcos Benedito, sobre a criação da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT
Marcos Benedito, foi o último coordenador da Comissão Nacional Contra a Discriminação Racial (CNCDR/CUT). Foi na gestão dele, que houve uma grande articulação nacional, que culminou com a criação da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT (SNCDR/CUT).
MARCOS BENEDITO - TRAJETÓRIA
Coordenou o GTSB (Grupo de Trabalho do Santander) (1991/2003).
Conselheiro da CONTRAF/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT) na gestão 2(2008/2010).
Representante da CUT no CNPIR (Conselho Nacional da Promoção da Igualdade Racial).
Representante da CUT Nacional no INSPIR (2008/2010).
Secretário Geral da AFUBESP (Associação dos Funcionários do Santander Banespa).
Coordenou a Comissão Nacional Contra a Discriminação Racial (CNCDR/CUT) da CUT (2007/2010).
Presidente do INSPIR (Instituto Sindical Interamericano Pela Promoção da Igualdade Racial) no ano de (2008/2009).
Participou do CONCLAT (Congresso da Classe Trabalhadora que fundou a Central Única dos Trabalhadores) em 1983 no Pavilhão Vera Cruz em São Bernardo.
Facilitador do processo de construção do FCCN (Fórum da Construção da Consciência Negra de Araçatuba).
Membro suplente no Conselho Municipal de Políticas Culturais de Araçatuba.
Genebra em 2009 da Revisão de Durban, como membro da Delegação Oficial do Brasil e na Representação Sindical da América Latina e Caribe.
PLANAPIR (Plano Nacional da promoção da Igualdade Racial).
Audiência Pública do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre cotas nas universidades.
CONNEB (Participou da Coordenação do Congresso de Negras e Negros do Brasil.
Marcha Noturna (Participação na Coordenação, representando a CUT.
Membro do Fórum da Construção da Consciência Negra (FCCN Araçatuba).
Coordenador do Núcleo de Estudo Afro-brasileiro de Araçatuba (NEAB-Araçatuba).
quinta-feira, 24 de dezembro de 2020
A CRIAÇÃO DA SECRETARIA NACIONAL DE COMBATE AO RACISMO DA CUT - POR: CUT
Relato de Marcos Benedito, sobre a criação da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT.(Marcos Benedito, foi o último coordenador da Comissão Nacional Contra a Discriminação Racial (CNCDR/CUT). Foi na gestão dele, que houve uma grande articulação nacional, que culminou com a criação da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT (SNCDR/CUT).
Marcos Benedito: contra a discriminação racial - Fonte: Ana Paula Carrion, CUT
A partir do mês de agosto a Central Única dos Trabalhadores contará com mais uma secretaria em sua estrutura, desta vez, contra a discriminação racial. O Portal Mundo Trabalho entrevistou o atual coordenador da ainda Comissão Nacional Contra a Discriminação Racial, Marcos Benedito, que falou sobre sua experiência frente à comissão e suas perspectivas para futura secretaria.
Portal – Como você avalia o andamento do tema no interior da CUT?
Marcos – Fico muito feliz que a secretaria contra a discriminação racial ter sido criada durante nossa gestão, isso significa, que estamos no rumo certo e que conseguimos sensibilizar na atual direção cutista para a importância do tema.
Além disso, tivemos oportunidades importantes que qualificaram significativamente o nosso debate. A nossa última experiência em parceria com a CSI e OIT, foi a participação na Conferência de Revisão do Tratado de Durban realizada em Genebra na Suíça no mês de abril deste ano, que debateu com diversos países os avanços e retrocessos obtidos desde seu lançamento em 2001, em Durban, África do Sul. A intenção foi aperfeiçoar e revisar o Plano de Ação contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância.
Tanto a sociedade civil quanto os sindicalistas presentes tiraram um documento apontando que o mercado de trabalho também é vítima do processo de discriminação. As convenções da OIT 111 e a campanha do trabalho decente são ferramentas importantes nessa luta. O saldo positivo foi o fato da CSI e a OIT terem conseguido juntar todos os representantes na discussão e de assinar um documento comum, além de estabelecer uma rede com troca de informações para ações em 2011, quando provavelmente acontece a próxima revisão.
Portal – Já existe uma linha política para a nova Secretaria?
Marcos – Na semana passada, realizados um encontro nacional em São Paulo que discutiu exatamente esta questão, na qual avançamos muito porque até então nós não tínhamos dado início ao debate de como ficaria a secretaria. Tiramos orientações gerais que eu tenho certeza que serão encaminhadas para os estados no sentido de ampliar, massificar e potencializar o tema.
A deliberação é de que todos os estados criem suas secretarias estaduais para dar sustentação política à secretaria nacional. É importante que nos estados os militantes anti – racismo façam todo movimento para que sejam eleitos delegados (as) nos CECUTs e participem do CONCUT para que possamos levar o debate político do tema nos fóruns adequados.
Portal – Que questões você considera fundamental?
Marcos – Acredito que a questão dos quilombolas, meio ambiente, trabalho escravo, juventude negra, mulheres negras são fundamentais nesse momento. Nosso desafio é elaborar políticas para estes segmentos, além de darmos continuidade às políticas sindicais já encaminhadas pela CNCDR/CUT. Além disso, pretendemos desenvolver uma política transversal que colabore com toda a pauta cutista.
Portal – Em sua opinião qual o maior preconceito a ser enfrentado?
Marcos – Sem dúvida, o maior preconceito está no mercado de trabalho, assim como, na religião de matriz africana já que vivemos em um país católico cristão onde, por exemplo, há um grande crescimento das igrejas evangélicas pentecostais. A pseudo Abolição da Escravatura, de 13 de maio de 1888, jogou os negros na rua sem escola, sem moradia, sem estudo, ou seja, sem estrutura nenhuma e até hoje estes sofrem as conseqüências que também se refletem no mercado do trabalho. Segundo pesquisas, a maioria da população atual do país é composta por afro-descentes, se percorrermos a noite paulistana veremos que esta população não está representada em vários segmentos da sociedade, mas se formos a algum evento na periferia serão a grande maioria, o que confirma a exclusão social.
Portal – Qual a solução para esse problema social?
Marcos – Acredito que a saída é continuar trabalhado para superar esta desigualdade e apostar na construção de política de estado e não de governo. Quero deixar registrado que o governo Lula tem contribuído muito. Ele incorporou muitas políticas e criou a Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial e instituiu a lei 10639/3, que obriga o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas e está desenvolvendo todos os esforços através da SEPPIR pra a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial. Precisamos de mudanças contundentes que contribua para que as pessoas desenvolvam novos conceitos culturais colaborando desta maneira, para a eliminação do preconceito na sociedade brasileira.
Portal – Qual foi o maior preconceito que você já sofreu?
Marcos – Sim e foi uma coisa que mudou a minha vida. Eu era adolescente e trabalhava no banco Itaú. Eu estava com 19 anos e cheguei atrasado ao trabalho devido ao trânsito. Meu chefe estava acomodado em uma mesa conversando com um amigo. Eu me debrucei na mesa e ele observou que a minha camisa estava com dois botões abertos e pediu para fechá-los. Eu prontamente abotoei e em seguida pedi desculpa pelo atraso. Ele respondeu: tudo bem, mas fecha a camisa. Neste momento, ele virou para o seu amigo e falou…
"Não é à toa que dizem por ai que preto é o bicho mais parecido com gente".
Conto isso não para inserir uma nova anedota no repertório daqueles que gostam de expressar o seu preconceito em forma de piadas de mau gosto, e que muitas vezes são carregadas de preconceito, mais para alertar que uma brincadeira "inocente" pode provocar um grande trauma numa criança ou adolescente. No meu caso, isso já faz 30 anos e eu jamais esqueci.
Hoje sou mais um brasileiro convencido que esta "doença" denominada racismo deve ser extirpada do seio da humanidade.
Fonte: Ana Paula Carrion, CUT
https://bancariospb.com.br/2009/05/12/marcos-benedito-contra-a-discriminao-racial/?fbclid=IwAR12KTENVPO2YhEaJjKFdf0i8Tu7EyTExPMp67K5tf5j0YAuNlkZeDUxwvg
terça-feira, 17 de novembro de 2020
As perspectivas da Secretaria de Raça da CUT, por Marcos Benedito - SEG, 11 DE MAI / 2009 - POR: CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS METALÚRGICOS
A partir do mês de agosto a Central Única dos Trabalhadores contará com mais uma secretaria em sua estrutura, desta vez, contra a discriminação racial. O Portal Mundo Trabalho entrevistou o atual coordenador da ainda Comissão Nacional Contra a Discriminação Racial, Marcos Benedito, que falou sobre sua experiência frente à comissão e suas perspectivas para futura secretaria.
Como você avalia o andamento do tema no interior da CUT?
Fico muito feliz que a secretaria contra a discriminação racial ter sido criada durante nossa gestão, isso significa, que estamos no rumo certo e que conseguimos sensibilizar na atual direção cutista para a importância do tema.
Além disso, tivemos oportunidades importantes que qualificaram significativamente o nosso debate. A nossa última experiência em parceria com a CSI e OIT, foi a participação na Conferência de Revisão do Tratado de Durban realizada em Genebra na Suíça no mês de abril deste ano, que debateu com diversos países os avanços e retrocessos obtidos desde seu lançamento em 2001, em Durban, África do Sul. A intenção foi aperfeiçoar e revisar o Plano de Ação contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância.
Tanto a sociedade civil quanto os sindicalistas presentes tiraram um documento apontando que o mercado de trabalho também é vítima do processo de discriminação. As convenções da OIT 111 e a campanha do trabalho decente são ferramentas importantes nessa luta. O saldo positivo foi o fato da CSI e a OIT terem conseguido juntar todos os representantes na discussão e de assinar um documento comum, além de estabelecer uma rede com troca de informações para ações em 2011, quando provavelmente acontece a próxima revisão.
Já existe uma linha política para a nova Secretaria?
Na semana passada, realizados um encontro nacional em São Paulo que discutiu exatamente esta questão, na qual avançamos muito porque até então nós não tínhamos dado início ao debate de como ficaria a secretaria. Tiramos orientações gerais que eu tenho certeza que serão encaminhadas para os estados no sentido de ampliar, massificar e potencializar o tema.
A deliberação é de que todos os estados criem suas secretarias estaduais para dar sustentação política à secretaria nacional. É importante que nos estados os militantes anti - racismo façam todo movimento para que sejam eleitos delegados (as) nos CECUTs e participem do CONCUT para que possamos levar o debate político do tema nos fóruns adequados.
Que questões você considera fundamental?
Acredito que a questão dos quilombolas, meio ambiente, trabalho escravo, juventude negra, mulheres negras são fundamentais nesse momento. Nosso desafio é elaborar políticas para estes segmentos, além de darmos continuidade às políticas sindicais já encaminhadas pela CNCDR/CUT. Além disso, pretendemos desenvolver uma política transversal que colabore com toda a pauta cutista.
Em sua opinião qual o maior preconceito a ser enfrentado?
Sem dúvida, o maior preconceito está no mercado de trabalho, assim como, na religião de matriz africana já que vivemos em um país católico cristão onde, por exemplo, há um grande crescimento das igrejas evangélicas pentecostais. A pseudo Abolição da Escravatura, de 13 de maio de 1888, jogou os negros na rua sem escola, sem moradia, sem estudo, ou seja, sem estrutura nenhuma e até hoje estes sofrem as conseqüências que também se refletem no mercado do trabalho. Segundo pesquisas, a maioria da população atual do país é composta por afro-descentes, se percorrermos a noite paulistana veremos que esta população não está representada em vários segmentos da sociedade, mas se formos a algum evento na periferia serão a grande maioria, o que confirma a exclusão social.
Qual a solução para esse problema social?
Acredito que a saída é continuar trabalhado para superar esta desigualdade e apostar na construção de política de estado e não de governo. Quero deixar registrado que o governo Lula tem contribuído muito. Ele incorporou muitas políticas e criou a Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial e instituiu a lei 10639/3, que obriga o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas e está desenvolvendo todos os esforços através da SEPPIR pra a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial. Precisamos de mudanças contundentes que contribua para que as pessoas desenvolvam novos conceitos culturais colaborando desta maneira, para a eliminação do preconceito na sociedade brasileira.
Qual foi o maior preconceito que você já sofreu?
Sim e foi uma coisa que mudou a minha vida. Eu era adolescente e trabalhava no banco Itaú. Eu estava com 19 anos e cheguei atrasado ao trabalho devido ao trânsito. Meu chefe estava acomodado em uma mesa conversando com um amigo. Eu me debrucei na mesa e ele observou que a minha camisa estava com dois botões abertos e pediu para fechá-los. Eu prontamente abotoei e em seguida pedi desculpa pelo atraso. Ele respondeu: tudo bem, mas fecha a camisa. Neste momento, ele virou para o seu amigo e falou...
"Não é à toa que dizem por ai que preto é o bicho mais parecido com gente".
Conto isso não para inserir uma nova anedota no repertório daqueles que gostam de expressar o seu preconceito em forma de piadas de mau gosto, e que muitas vezes são carregadas de preconceito, mais para alertar que uma brincadeira "inocente" pode provocar um grande trauma numa criança ou adolescente. No meu caso, isso já faz 30 anos e eu jamais esqueci. Hoje sou mais um brasileiro convencido que esta "doença" denominada racismo deve ser extirpada do seio da humanidade.
https://www.cnmcut.org.br/conteudo/as-perspectivas-da-secretaria-de-raca-da-cut-por-marcos-benedito
Fonte: CUT
segunda-feira, 2 de novembro de 2020
VI ENSAR ELEGE COORDENAÇÃO NACIONAL - POR: CUT
VI Encontro Nacional dos Sindicalistas Anti-Racismo da CUT
10/07/2007
Escrito por: “Por um Projeto Político dos Sindicalistas para negros e negras no Mundo do Trabalho”
De 23 a 26 de agosto de 2007, no Hotel Pan Americano - Rua Augusta, 778 - Consolação - São Paulo, aconteceu o VI Encontro Nacional dos Sindicalistas Anti-Racismo da CUT (VI ENSAR). O Encontro é o fórum máximo de discussão da Comissão Nacional Contra a Discriminação Racial (CNCDR) e tem como objetivos centrais definir os princípios que nortearão suas ações durante o triênio 2007/2010, conforme princípios gerais da CUT; discutir o projeto político com base nas resoluções do 9º CONCUT e eleger os membros da direção da CNCDR para o próximo triênio. As resoluções do VI ENSAR serão encaminhadas para deliberação da Executiva Nacional da Central.
Para o Secretário de Políticas Sociais da CUT, Carlos Rogério de Carvalho Nunes, o VI ENSAR consolida uma frente importante, que é a luta pelas ações afirmativas dos negros. “Existe ainda uma racismo oculto tratado pela mídia no Brasil. A CNCDR avançou muito, tendo atualmente status de comissão e um regime em nível nacional, mas nosso intuito é que ela se consolide como política permanente”, acrescenta Carlos.
“Para esse encontro, nossa finalidade é que todos os Estados tenham participação. O racismo é um tema que deve ser consolidado em território nacional, sem ficar restrito. A Marcha dos Zumbis (manifestação que relembra os 310 anos da morte de Zumbi dos Palmares) é um exemplo de concretização do tema. A CUT assume esta luta há muito tempo. Por isso não é apenas um compromisso de agenda, mas um compromisso político com a questão anti-racial no Brasil, para não ser mais um assunto a cair no esquecimento”, ressalta Carlos.
O encontro, coordenado pela CNCDR, juntamente com a Secretaria de Políticas Sociais da CUT, discutiu projetos de sindicalistas cutistas para negros e negras do Brasil. Houve também um resgate histórico das políticas para os negros na sociedade, com apresentações técnicas da realidade do negro nos aspectos sociais, econômicos e educacionais.
Confira a programação:
23 de Agosto de 2007 (Quinta-feira)
- 15h00 – Início do Credenciamento
- 19h00 – Abertura
- 20h00 – Leitura discussão e aprovação do regimento interno
24 de Agosto de 2007 (Sexta-feira)
- 09h00: Conferência Magna: "DA ÁFRICA AO BRASIL – A HISTÓRIA DO POVO BRASILEIRO CONTADA A PARTIR DA PARTICIPAÇÃO DOS NEGROS E NEGRAS"
Professor Doutor Kabengele Munanga - Titular da Universidade de São Paulo - USP
- 10h00: Apresentação técnica de dados estatísticos sobre indicadores sociais de saúde, educação e trabalho, com recorte racial e de gênero
Patrícia Lino – DIEESE
- 11h00: Espaço para perguntas, observações, considerações.
- 13h00: Almoço
- 14h00: Análise de Conjuntura:
Artur Henrique da Silva – Presidente Nacional da Central Única dos Trabalhadores
Matilde Ribeiro - Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR
Olívia Santana – vereadora da cidade de Salvador/BA
- 17h30 - Apresentação sobre o INSPIR – Instituto Interamericano pela Igualdade Racial
- 18h00: Encerramento
25 de Agosto de 2007 (Sábado)
- 09h00 – Exposição, resgate e balanço das lutas e propostas do movimento sindical, conferências e resoluções de congresso
- 10h00 – Grupos de trabalho
- 13h00 – Almoço
- 14h00 - Apresentação do trabalho dos grupos; discussão em plenário; consolidação das perspectivas e desafios
26 de Agosto de 2007 (Domingo)
- 09h00 - Balanço da Comissão Nacional Contra Discriminação Racial (CNCDR)
- 10h30 - Perspectivas e desafios da gestão 2007/2010
- 12h30 - Eleição da nova CNCDR
- 14h00 - Encerramento
VI ENSAR elege nova comissão anti-racismo da CUT
O sindicalista Marcos Benedito da Silva foi eleito neste domingo, dia 26, o novo coordenador geral da Comissão Nacional de Combate à Discriminação Racial da Central Única dos Trabalhadores (CNCDR-CUT). Junto com mais 31 membros, ele cumprirá um mandato de três anos. A Assufrgs esteve representada pela colega Joana.
O sindicalista Marcos Benedito da Silva foi eleito neste domingo, dia 26, o novo coordenador geral da Comissão Nacional de Combate à Discriminação Racial da Central Única dos Trabalhadores (CNCDR-CUT). Junto com mais 31 membros, ele cumprirá um mandato de três anos. Marcos disse que um dos objetivos será “conscientizar a sociedade brasileira de que a igualdade de oportunidades, para negras e negros, tem que ser uma prioridade”, referindo-se ao acesso e permanência dos mesmos no mercado de trabalho.
Para ele, as ações da CNCDR-CUT priorizarão com mais ênfase a partir de agora a luta pela implementação de mais ações afirmativas para a comunidade negra, com foco no trabalho, e as aprovações dos projetos de lei que instituem o Estatuto da Igualdade Racial e as cotas nas universidades.
A eleição e posse de Marcos Benedito aconteceram durante a realização do VI Encontro Nacional de Sindicalistas Anti-Racismo da CUT Nacional, entre 23 e 26 de agosto em São Paulo, capital. Participaram do VI ENSAR 200 pessoas, sendo 134 delegados. A Assufrgs esteve representada pela colega Joana. Entre os palestrantes, destaque para a participação da ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria Especial de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (SEPPIR).
O evento foi encerrado no início da tarde deste domingo (26/08) com todos cantando a música “Um sorriso negro” celebrizada pela interpretação de Dona Ivone Lara.
Fonte: CUT- DF
domingo, 31 de maio de 2020
OBSERVATÓRIO SOCIAL - GRUPO SE TRABALHO DO SANTANDER BANESPA
terça-feira, 26 de maio de 2020
GTSB (GRUPO DE TRABALHO DO SANTANDER BANESPA - POR: MARCOS BENEDITO
Uma das características mais marcante do grupo era a participação organizada e uniformizada das atividades convocadas pelo sindicato, a troca de experiências entre os seus membros e a reação imediata a todas às irregularidades cometidas pelo banco, principalmente no campo da saúde.Uma destas ações está devidamente registrada pelo Instituto Observatório Social, que resultou em um relatório completo de todos os problemas provocados pelo Santander no Brasil e que até hoje é considerado o trabalho científico de pesquisa com maior aprofundamento, realizado no período de aquisição dos bancos Meridional, Bozzano Simonsen, Meridional, Noroeste e Banespa pelo Santander.O Instituto Observatório Social define desta maneira a sua missão, em seu site:"O Instituto Observatório Social é um centro de estudos de geração de conhecimento para o mundo sindical e o mundo do trabalho, com abrangência internacional que realiza pesquisas e estudos especializados com metodologias e processos participativos e que contribuem para a ação sindical, o diálogo social e o desenvolvimento sustentável.
O IOS sustenta-se principalmente através de parcerias com organizações do movimento sindical e social, nacional e internacional.
"O Instituto Observatório Social é um centro de estudos de geração de conhecimento para o mundo sindical e o mundo do trabalho, com abrangência internacional que realiza pesquisas e estudos especializados com metodologias e processos participativos e que contribuem para a ação sindical, o diálogo social e o desenvolvimento sustentável.
O IOS sustenta-se principalmente através de parcerias com organizações do movimento sindical e social, nacional e internacional.
segunda-feira, 25 de maio de 2020
CURRICULUM DE MARCOS BENEDITO
Coordenou o GTSB (Grupo de Trabalho do Santander) (1991/2003).
Conselheiro da CONTRAF/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT) na gestão 2(2008/2010).
Representante da CUT no CNPIR (Conselho Nacional da Promoção da Igualdade Racial).
Representante da CUT Nacional no INSPIR (2008/2010).
Secretário Geral da AFUBESP (Associação dos Funcionários do Santander Banespa).
Coordenou a Comissão Nacional Contra a Discriminação Racial (CNCDR/CUT) da CUT (2007/2010).
Presidente do INSPIR (Instituto Sindical Interamericano Pela Promoção da Igualdade Racial) no ano de (2008/2009).
Participou do CONCLAT (Congresso da Classe Trabalhadora que fundou a Central Única dos Trabalhadores) em 1983 no Pavilhão Vera Cruz em São Bernardo.
Facilitador do processo de construção do FCCN (Fórum da Construção da Consciência Negra de Araçatuba).
Membro suplente no Conselho Municipal de Políticas Culturais de Araçatuba.
Genebra em 2009 da Revisão de Durban, como membro da Delegação Oficial do Brasil e na Representação Sindical da América Latina e Caribe.
PLANAPIR (Plano Nacional da promoção da Igualdade Racial).
Audiência Pública do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre cotas nas universidades.
CONNEB (Participou da Coordenação do Congresso de Negras e Negros do Brasil.
Marcha Noturna (Participação na Coordenação, representando a CUT.
Membro do Fórum da Construção da Consciência Negra (FCCN Araçatuba).
Coordenador do Núcleo de Estudo Afro-brasileiro de Araçatuba (NEAB-Araçatuba).
segunda-feira, 11 de maio de 2020
Contra a discriminação e o preconceito - Comissão da CUT na linha de frente da Conferência Nacional da Promoção da Igualdade Racial - Publicado: 03 Julho, 2009

Conforme a OIT, Trabalho Decente é um trabalho produtivo e adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, eqüidade, e segurança, sem quaisquer formas de discriminação, e capaz de garantir uma vida digna a todas as pessoas que vivem de seu trabalho. Os quatro eixos centrais da Agenda do Trabalho Decente são a criação de emprego de qualidade para homens e mulheres, a extensão da proteção social, a promoção e fortalecimento do diálogo social e o respeito aos princípios e direitos fundamentais no trabalho, expressos na Declaração dos Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho da OIT, adotada em 1998.
Os delegados presentes também aprovaram por unanimidade um Manifesto à Nação em defesa da Petrobrás: "Um dos mais expressivos patrimônios do povo brasileiro está ameaçado. A Petrobrás é uma empresa símbolo da competência e do sucesso do país, contudo está sendo alvo de denuncismo irresponsável", denuncia o documento, alertando que "está em jogo a soberania e o direito do povo brasileiro de compartilhar da riqueza encontrada em seu subsolo, já que a exploração do pré-sal é um dos pilares do modelo de distribuição de renda para as próximas gerações brasileiras".