LUTA

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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

ASSEPLAN - RESGATANDO A NOSSA HISTÓRIA DE LUTA - A Ideologia Bélica Branca do Racismo Brasileiro - Por: Marcos Benedito

No dia 21 de março de 1960, homens e mulheres que lutavam contra o regime do apartheid foram massacrados pela polícia da África do Sul. 69 foram assassinados e 186 ficaram feridos.Este epsódio sangrento ficou conhecido como o "Massacre de Shaperville".
A ONU (Organização das Nações Unidas), em memória das vitimas instituiu o Dia Internacional Pela Eliminação da Discriminação Racial.
No Brasil na década de 60 era inaugurada Brasília. Aumentava o sentimento patriótico dos brasileiros. A bossa nova era o ritmo musical predominante na época, praia, futebol, musas, influência do jazz, tudo isto contribuia para um sentimento de patriotismo.
Em 64 ocorre o golpe resultando em prisões e mortes dos que se opunham ao regime militar.
Nos porões da ditadura a tortura e a violência que proibia qualquer manifestação pública. Na mídia como uma resposta as consequências da repressão estourava o fenômeno cultural conhecido como "flower power".
O "black is bealtiful" foi a criação midiática para atenuar toda a pressão racial originária dos mais de 300 anos de escravidão no Brasil.
Algumas iniciativas anteriores, como por exemplo a Frente Negra nos anos 30, demonstravam explicitamente a indignação dos negros e negras em relação ao racismo brasileiro.
Diferentemente da África do Sul, aqui no Brasil predominava o mito da democracia racial, que incentivava inclusive a micigenação das raças como forma de se superar os problemas causados pelas diferenças raciais. Na África do Sul, as armas eram visíveis; tanques, bazucas, granadas etc. No Brasil, as armas sempre foram mais discretas, porém tão tão letais e belicosas quanto as usadas no continente africano; a discriminação, o preconceito e o racismo.
Na áfrica do Sul, houve uma guinada de 180 graus rumo a igualdade racial comandada por Mandela e Desmond Tutu. No Brasil ocorreram muitos avanços frutos da luta do movimento negro, alavancada principalmente pelo movimento iniciado em 78 nas escadarias do Teatro Municipal em São Paulo. Estes avanços somente não são mais significativos pelo conservadorismo de setôres da sociedade brasileira que resistem a implementação de iniciativas como o Estatuto da igualdade Racial, Lei das Cotas e o ensino da Cultura Africana nas escolas do ensino médio. A ideologia bélica branca do racismo brasileiro acaba sendo tão eficaz quanto o uso das armas por aqueles que não aceitam abrir mão de seus privilégios.


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