Tenho muito orgulho de participar da história do Sindicato dos Bancários, Osasco e Região nos últimos 20 anos.
Durante este período pude participar de várias
greves destacando-se as greves gerais ocorridas nas décadas de 80 e de todas as
campanhas salariais de 91 até aos dias de hoje.
Participei da fundação da CUT no Congresso denominado Congresso da Classe Trabalhadora (CONCLAT), no Pavilhão Vera Cruz em São
Bernardo.
Nesta época eu era bancário do Itaú e militava na corrente
política de orientação Trotskista denominada Liberdade e Luta, responsável pelo jornal O Trabalho.
Através de meu interesse por política e também por
atividades culturais, aproximei – me do sindicato, tornando – me um militante.
Participando de momentos cruciais e históricos do movimento, como a luta contra
a intervenção decretada por Murilo Macedo que resultou na intervenção do sindicato e na prisão de diversos
dirigentes, militantes e ativistas.
No início do ano de 1991, voluntariamente
apresentei – me nas plenárias de formação de chapa, onde estavam disputando a Chapa do Gilmar Carneiro e a Chapa do Lucas Buzzato.
Não tive nenhuma dúvida
aliei – me aos companheiros e companheiras da Articulação dos 113 (no partido), que estavam representados na Chapa 1, cujo cabeça de chapa era Gilmar Carneiro.
Mesmo sendo muito assediado pela outra chapa que
também tinha interesse em ter alguém do banco que tinha o presidente da
FENABAN.
Eu já tinha a minha convicção daquilo que era melhor para os trabalhadores e que tinha tudo a ver com a minha concepção ideológica como resultado da minha participação da luta pela fundação da CUT.
Eu já tinha a minha convicção daquilo que era melhor para os trabalhadores e que tinha tudo a ver com a minha concepção ideológica como resultado da minha participação da luta pela fundação da CUT.
Ganhamos a eleição, ao chegar no Sindicato a
primeira coisa que fiz foi propor uma ação jurídica contra o Noroeste, jamais
imaginando que passando 12 anos está seria a única ação vitoriosa no Brasil
contra o descumprimento do artigo 224 da CLT.
Os trabalhadores eram obrigados a compensarem 15
minutos de lanche na sua jornada de trabalho.
A bem sucedida ação representou mais de quatro
milhões de reais em 2008, contribuindo para a valorização da imagem do
Sindicato e pela reparação financeira de centenas de bancários.
Coordenei a Comissão de empresa do Noroeste,
Santander Noroeste, Santander Brasil (Noroeste e Meridional), negociando
diretamente com a empresa, elaborando jornal de banco, coordenando eleições de
CIPA até o ano de 2001, quando houve a unificação da COE do Santander com o
Comando do BANESPA.
De 1999 até 2007, coordenei o GTSB (Grupo de
Trabalho do Santander Banespa), juntamente com outros dirigentes e bancários de base,
com reuniões bimestrais e que serviu de porta de entrada para muitos bancários
do ex Noroeste ao Sindicato.
Foram quase 40 reuniões realizadas com uma média de
20 bancários por reunião. Estes bancários compareceram em todas as assembleias mais importantes da categoria.
Deste grupo surgiram várias lideranças de base
que passaram por muitos cursos de formação do SEEB/SP. Muitos tornaram-se dirigentes sindicais.
O GTSB foi uma das fontes de inspiração para o surgimento de grupos
como o GASS (Grupo de Ação Solidária do Sindicato) e outros.
Estes bancários foram de importância fundamental na
pesquisa realizada no Santander pelo Instituto Observatório Social
(http://www.observatoriosocial.org.br/portal), que
resultou num estudo técnico onde constatou – se o descumprimento do banco em
relação a todas as Convenções da OIT.
Relatório Executivo do Observatório:
Executivo:http://www.observatoriosocial.org.br/download/ReExsantaport.pdf
Revista do Santander:
Relatório Geral do Santander:
Com a aquisição do Banespa pelo Santander ocorreu a
unificação das comissões de empresa e isto propiciou uma nova dinâmica ao meu
trabalho.
Durante este processo a minha trajetória no
movimento sindical foi se moldando de acordo com a necessidade de minha
corrente política.
Fui da executiva da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT), substituída pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (CONTRAF/CUT).
Participei da eleição onde assumi a suplência da
CONTRAF/CUT.
Neste período em conversa com lideranças, aceitei o
convite para assumir a secretaria geral da AFUBESP, deixando de participar de
eleição no Sindicato após cinco gestões.
Foram 15 anos de enfrentamento com greves,
paralisações, enfrentamento com policia, bate – paus e pelegos.
Muitas
experiências, um grande processo de aprendizado pessoal.
Durante o tempo em que fui coordenador da COE,
reuni – me com dirigentes de diversos países como: Espanha, México, Argentina,
Uruguay, além do Rio de Janeiro, Porto alegre,
Florianópolis, Brasília etc.
hoje e
também da fundação da CUT, onde participei de vários cursos de formação,
participei de mesas de debates representando ao meu Sindicato e a minha
Confederação e posteriormente a CUT.
Foi então que em 2007, dando continuidade ao
acompanhamento da temática racial, pois desde a minha primeira gestão no
Sindicato, participei de todas as gestões das Comissões nacional e estadual da
CUT, surgiu à oportunidade de disputar a indicação para a coordenação da
CNCDR/CUT (Comissão nacional Contra a Discriminação Racial da CUT).
Lembro-me que estávamos no ENSAR (Encontro Nacional
dos Sindicalistas Anti – Racismo da CUT), num hotel na Rua Augusta.
Confesso que eu estava em crise existencial,
perguntando para Deus por que motivo as coisas eram tão difíceis para mim.
De repente, recebo uma ligação, de um companheiro
dizendo:
“Você tem que ser o nosso candidato, pois a atual
coordenadora não deseja mais se candidatar”.
Fiquei bastante confuso no início, porém tive a
sapiência de dizer que eu somente seria o candidato se o meu Sindicato me
respaldasse.
Para isto, o nosso Presidente, ou a nossa Secretaria Geral deveria
manifestar – se em relação ao meu nome.
Foi desta maneira, que numa disputa interna no
interior da ARTNEGRA, onde um companheiro de Minas Gerais e outro da APEOESP
retiraram os seus nomes, possibilitando que unanimemente eu fosse indicado como Coordenador Nacional da CNCDR/CUT.
Passaram – se dois anos, na Plenária Estatutária da
CUT, numa articulação política muito bem feita pelos militantes da ART Negra,
que são os dirigentes negros e negras da ART que militam na temática racial,
aprovamos a criação da Secretaria Nacional de Combate ao racismo da CUT, que
era um pleito dos militantes anti – racismo desde o ano de 1995.
A CNCDR/CUT que já tinha um excelente trabalho sob
a coordenação da Bel, potencializou este trabalho, hoje não existe fórum
nacional ou internacional, inclusive na esfera federal que a CNCDR/CUT não
esteja envolvida.
Atendendo há uma necessidade da CUT, assumi também
a presidência do INSPIR (Instituto Sindical Interamericano Pela Igualdade
Racial, democratizando, reestruturando e dinamizando o Instituto, atraindo
parceiros (UGT e CSA), resultando em sua
recuperação política e financeira.
Hoje o INSPIR que é presidido pela UGT, pela
primeira vez em 14 anos, a CUT é responsável pela tesouraria, está em
crescimento acelerado, mesmo diante de ações jurídicas impetradas por pessoas
ligadas à administração passada.
Muitas lideranças do Movimento Negro estão
reconhecendo o nosso trabalho e a importância da futura Secretaria da CUT.
Estamos legitimados e respaldados nacionalmente e
internacionalmente.
O meu último gesto de cooperação com a minha
corrente política foi aceitar a minha indicação para o Conselho da CONTRAF/CUT,
mesmo estando na Executiva da entidade.
Para isto, conversei com lideranças que me
propuseram a mudança, considerando que a minha prioridade era a temática
racial, dando – me todo o apoio político.
Em reunião da ARTBAN, tive a grata satisfação de
expressar a minha aceitação em relação a minha indicação ao Conselho.
Assim como outras oportunidades políticas surgidas
no passado e que eram satisfatórias para o meu coletivo, para o meu Sindicato e
para a minha Corrente Política, aceitei esta minha nova tarefa e desde então
venho dedicando no sentido de manter a relação de confiança com a minha
entidade.
Em todos os fóruns em que participo, faço questão
de ressaltar a minha trajetória como bancário da base de São Paulo, resgatando
toda a minha trajetória de luta e o meu orgulho e satisfação por fazer parte
desta história repleta de vitórias.
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