LUTA

LUTA

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

AÇÃO REGIONAL - A CONTRIBUIÇÃO DA MILITÂNCIA CUTISTA NO DEBATE RACIAL DA CUT

Texto da CNCDR para o 8º CONCUT.

A Comissão Nacional contra a discriminação racial da CUT, há mais de

10 anos vem combatendo o racismo e todas as formas de discriminação, lutando pela

igualdade de oportunidade na vida e no trabalho.

A CNCDR comemora seus 10 anos de muita luta, debates e reflexões, em um

cenário muito favorável no contexto histórico com a vitória eleitoral do projeto

político e democrático vinculado a setores progressista .

Neste período de ampliação política e de maturidade da central, o movimento

social efervesceu , o que determinou a absorção da luta anti racista para dentro da

central. Os trabalhadores compreenderam a importância desta luta, construindo a

CNCDR.

Em um país que não é de todas as ‘cores’, e que promove as piores formas

de discriminação e racismo, caldo cultural das variadas formas de opressão de

gênero raça (etnias) e classe. O momento atual e´ de construção de uma nova

história para o país, com uma nova concepção, traduzindo as necessidades do

povo brasileiro com o objetivo de projeto de desenvolvimento de nação, que

inclua os povos que nesses 503 anos esteve à margem do processo de social.

A vitória de Lula possibilita fazer este debate sob a orientação da

comunidade negra.

A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial tem esta

oportunidade histórica, é preciso mobilizar o movimento para conquistarmos mesmo

assim com muita dificuldade parte de nossas reivindicações.

Mas não é apenas este o nosso problema, temos o desafio de aprovar no

congresso nacional, as reformas que de fato podem transformar o resultado eleitoral

em conquista real, traduzindo com isso as condições concretas de um novo rumo para

o Brasil. É neste momento que cresce as condições de organização e fortalecimento da

CNCDR, assim como as CECDR’S federações e confederações e os GT’S nas

categorias, ampliando para além da central.

A CNCDR no seu IV ENSAR refletiu sobre a sua atuação no período entendendo

ter contribuído no debate e na formação de seus militantes e do movimento social

como um todo. Foram várias as ações, denúncia contra o governo que não cumpre a

convenção 111 da OIT, campanhas, cartilhas e seminários, a exemplo do preparatório

para a Conferência Mundial Contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e

formas de Intolerância Correlata realizada em Durban (África do Sul),em setembro

de 2001 sempre no sentido de qualificar o debate nas suas variadas

apresentações . Ainda assim, após 10 anos convivemos com as mesmas dificuldades de

sempre, a falta de sensibilidade de alguns quadros de direção, a desqualificação

do debate, e pôr conseqüência , a desvalorização da militância.

A questão racial não sendo uma política de centralidade para a CUT, e nem para

as tendências que nela atuam, torna secundário o tema prejudicando a ação

concreta das comissões nos estados.

Superar este desafio, e colocar o debate sobre as desigualdades como forma de

conquistar a dignidade, auto - estima e a tão propagada cidadania, é um dos caminhos

para uma sociedade justa e igualitária para todos.

E quando se propõe este tema, não é apenas como reivindicação, mas como iniciativas

ser tomadas a partir das pesquisas sobre o tema neste mesmo período, comprovando

as desigualdades de gênero e raça e gerações em várias áreas sociais e

econômicas a seguir : saúde, educação, cultura, questão da terra e mercado de

trabalho.

O mercado de trabalho ilustra bem esta realidade, vários estudos com esta ótica

foram desenvolvidos pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estudos e

Estatística sociais e econômicas), e pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada), órgão do governo federal; a discriminação e o racismo no trabalho e

na ocupação, não é mais uma bandeira dos negros e negras da CUT, é uma

necessidade de justiça social, é um bom início para uma política de distribuição

de renda.

A valorização do trabalho e do trabalhador, a defesa da recuperação do salário

mínimo, assim como a redução de jornada sem redução dos salários são

bandeiras que estaremos defendendo, junto a outras tão importante o quanto, a

exemplo de salário igual para trabalho de igual valor (convenção 100 da OIT),

contra a todas as formas de discriminação direta e indireta no mercado de

trabalho(convenção 111 da OIT).

Todas essas bandeiras tem como objetivo, a superação das desigualdades socioeconômicas

vividas pelo nosso povo que vem sobrevivendo na sua maioria à baixo

da linha da pobreza pôr conseqüência da cultura de discriminação como forma

e manutenção de poder (colonialismo) e seqüelas da política econômica atual.

Diante destes complexos desafios para implementação de políticas propositivas /ou

afirmativas em nosso país, e para reparar as atrocidades cometidas nesses 300 anos de

trabalhos gratuito pelo povo afro descendente e indígenas, sentimos a necessidade de

unificar os discursos e fazer alguns recuos táticos nas questões ideológicas históricas,

para que assim seja possível construir um conjunto de propostas e ações imediatas, em

que a sociedade tenha acesso as políticas desenvolvidas no sentido de reparar a

dívida histórica do estado para com o povo brasileiro.

Sendo assim o 8º Concut resolve:

- Reparações já.

- O 8º CONCUT encaminha a deliberação da 10º plenária de a CNCDR passar a

funcionar como comissão com status de secretaria à exemplo da CNMT,

com estrutura e condições de trabalho. Sendo esta a deliberação para as

CECDR`S nas CUT´S.

- O 8º CONCUT delibera para suas estruturas verticais e horizontais a proposta

da CNCDR de organizar o debate por regiões.

- O 8º CONCUT orienta seus ramos a fortalecer os GT´S através de

negociações , nos acordos coletivos introduzir cláusulas antidiscriminatória.

- O 8º CONCUT reafirma a resolução do IV ENSAR em defesa das cotas para

a população negra nas universidades públicas.

- O 8º CONCUT encaminha a campanha pela implementação imediata das

convenções 100 e 111 da OIT.

- O 8º CONCUT delibera junto a CNCDR e a CNTMA campanhas pela

ampliação da sociedade civil em defesa nacional do uso dos recursos

hídricos, e defesa do artigo 225 da constituição federal de 88 e também a lei

de n.º 9433 de 08/01/1997.

- O 8º CONCUT encaminha que no debate sobre estado e políticas publicas no

que se refere a questão da terra propomos:

- Retomada do uso de desapropriação para fins da regulamentação das terras

de quilombo.

- Criação de um Programa de Regularização Fundiária e Desenvolvimento

Sustentado para as Comunidades Quilombolas dentro do Ministério Agrário.

Campanhas Gerais:

- Participar na mobilização e organização da campanha pelo 1º Emprego, com

o corte racial.

- Contribuir no debate e formação de opinião sobre a Campanha da redução

de jornada de trabalho sem redução de salário.

- Participação efetiva das campanhas pela Paz, contra a guerra política e

econômica e contra a guerra social.

- Participar efetivamente pela campanha oficial sobre a Alca.
- Nosso objetivo é a superação de todas as formas de discriminação e racismo

e sexismo sempre buscando um novo ser humano para a construção de uma

nova sociedade, livre solidária e socialista. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário